drama

O povo lá do trabalho não existe.Já é bem chato aguentar a semana toda ouvindo cliente no seu ouvido falando um monte de besteiras. Dia de domingo então , fica insuportável. É. Trabalhamos no domingo. Ainda. Mas isso é por pouco tempo.
O que seria um tédio passar o domingo ensolarado trancafiada numa sala de operação , acaba virando uma diversão com eles.
Estamos combinando de ir pro cinema. Imagino como será. Ninguém vai assistir o filme. Parece que eu já tô adivinhando.
Na hora de largar do trabalho , saio falando com todos do meu corredor ( todos que eu conheço é claro , tenho um sério problema de me relacionar) e vou para parada pegar o Circular Prefeitura e depois o Marcos Freire que , esse último , é uma lenda. Uó.
Quando finalmente chego em casa , encontro minha tia no sofá com o seu velho crochê por terminar à séculos. Na verdade não é que ela não tenha terminado , é que ela tem uma mania de fazer e desfazer quase que simutaniamente só pra ter o que fazer.
Meus olhos vasculharam a mesa procurando o que comer , quando um objeto paralisaram meu olhar. Objeto esse que eu conhecia muito bem: meu presente de casamento.
- O que minha concha está fazendo aqui?- Perguntei ameaçadora.
-Oxe , tá aí pra pegar o feijão- falou ela automaticamente reagindo ao meu tom de voz.
- Titia , é o meu presente de casamento...- disse eu num tom decepcionado.
Ela soltou uma risada.
- Casamento? Mas você nem tem um noivo ainda - Isso não era uma pergunta.
Não havia mais o que discutir. Era inúitl fazer com que ela entendesse que eu queria usar o meu presente na minha casa , com o meu marido , no meu feijão ( ok , sei que preciso aprender a fazer feijão primeiro).
Fui preparar meu velhor miojo sabor carne para almoçar e depois que a água temperada do miojo encheu o meu estômago , fui pegar Stephenie Meyer para ler um pouco. Sou condenada por ler esse livro. O que vou fazer se a parada vicia?
Fui pra quarto amuada pensando no meu presente sendo abusado com o meu consentimento.