(Em um lugar onde os pensamentos podem florecer)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

DESPREDA-SE

Ontem eu te vi e esperei pelo óbivio: Esperei talvez pelo encanto, aquele que sempre sentia ao te ver, esperei pela vasta sensação de tristeza em saber que você é feliz ao lado de outra pessoa. Esperei pela inveja que sentia dela por poder te abraçar e te proteger ou por simplesmente poder te ter em seus braços.Esperei pela onda de dor que sempre sentia por saber que eu não havia te dito o suficiente, não havia te feito saber o quanto eras importante. No entanto, ontem ao te ver, não senti nada. Absolutamente nada. Desviei os olhos, não do modo que sempre desviava com medo que alguém notasse a minha tristeza, mas deviei naturalmente como alguém que está na janela de um ônibus e consegue desviar o olhar por não haver nada de interessante para ver. Voltei a te olhar e senti a evidência. Eu estava livre. Pude sentir os grilhões me libertando, começando pelas pernas lentamente depois os meu braços. Uma rede invisível desprendeu-se do meu coração e o senti bombear eufórico em meu peito. A ação me deu uma dor divertida. O vento bateu em meu corpo e eu achei que fosse voar. Esse pensamento curvou os cantos dos meus lábios involutariamente para cima. eu estava sorrindo. O sorriso moveu cada músculo de minha face que protestaram rígidos. Sim, eu estava completamente livre. Ainda gosto de você, sim é verdade, mas não daquele jeito que doía, não mais. Mas do jeito que posso desejar toda a felicidade sem ser um martírio para mim. Posso desejar que você seja feliz ao lado dela sem causar uma fenda em meu peito. Natural como alguém que deseja "felicidades aos noivos" ou um simples "boa sorte". Sim estou livre - repeti Seja feliz pois eu comecei a ser.

2 comentários:

Jéssica do Vale disse...

De tuas palavras,
faço-as minhas!

Liberdade estonteante, onde para mim, veio em um relapso de instantes! Foi tão intenso que dissipou-se e só agora, depois de ler este belo texto, senti.
Sejas livre feito Borboleta do campo,
Sejas livre como uma Flor.

Fred Caju disse...

Alguns meses escrevi um poema chamado "Alar-se", a ideia central é: se asas quiseres, corte as raízes que tiveres.
Abraços pra ti.