(Em um lugar onde os pensamentos podem florecer)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Ela


'Meu pai morreu quando eu tinha 7 anos de idade. Ele tinha apenas 39. A maior parte das referências que eu tenho dele é tirado do que ele deixou: filmes, fotos, lembranças contadas de parentes e amigos mais próximos. Ainda assim, alguns momentos ficaram fortes na minha memória. Lembro dele e da minha mãe me levando pela primeira vez ao cinema. Fomos ver O Mágico de Oz e fiquei totalmente encantada. Outra coisa que adorávamos fazer era projetar filmes em casa. Tínhamos um projetor Super-8 e um 16 milímetros, e meu pai costumava fazer verdadeiras sessões de cinema para os amigos.
Minha irmã e eu também frequentávamos muito o teatro. Meu pai fundou o Auditório Augusta [Atualmente o Teatro Augusta em São Paulo]. Desde muito pequena ia ver peças , ficava nos bastidores olhando a movimentação, Adulta, passei a ser influenciada pelo trabalho dele, entender melhor o que ele era e o que pensava. Fiz faculdade de cinema. Tenho muito orgulho do trabalho deixado pelo meu pai, uma obra consistente, que até hoje influencia cineastas. Quando decidi fazer um documentário sobre ele, Person, me aprofundei ainda mais na história desse cara, que era um estudioso, intelectual. Na verdade, esse filme mostra um retrato do Person cineasta, amigo e pai de família, e ao mesmo tempo é a busca de uma filha que perdeu o pai muito cedo.'

MARINA PERSON, apresentadora e cineasta,
filha de Luis Sergio Person, cineasta

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