(Em um lugar onde os pensamentos podem florecer)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

10 de setembro de 2010



Havia um vazio. Não era algo novo.
Havia uma falta de algo que deveria ser preenchido. Não seria preenchido.
O bolo começou a ser formar em minha garganta , isso já era algo que eu conhecia bem.
A medida que o vazio me tomava , as lembranças amargas começavam a surgir ,
dando a esse vazio cada vez mais força. Por um momento pensei que as lágrimas fossem borrar o que eu já tinha escrito e isso não seria tão ruim.
Havia uma briga , talvez rolasse um tiro , um tiro em mim.
Eu não estava com medo. Eu não me importava.
Tudo era mil vezes melhor do que o vazio que me inflamava.
Havia frio, Também não me incomodou. Eu já estava fria antes dele chegar.
Talvez alguém perguntasse se eu estava bem. Eu mentiria.
Que diferença faria se eu dissesse a verdade? Começou a chover. Foi ótimo.
As lágrimas iriam se misturar com a chuva e tudo ficaria bem.
Havia um casal. A aura de amor e felicidade me apunhalava em cheio no peito.
Talvez amanhã ficaria bem , talvez eu me encontre com um amigo e conversaríamos horas a fio sem pressa de voltar para casa. Tudo iria ficar bem. Há quatro anos que eu espero ficar bem.
Assim que tomei noção da tese , eu queria chorar como uma criança , como eu faria antigamente.
Achei que o lugar não fosse propício. Enquanto o grito de histeria se alojou em minha garganta - eu pensei que fosse sufocar - foram diluídas em lágrimas que desciam sem parar sobre meu rosto frio. O vazio pulsava cada vez mais forte , rasgando-me por dentro. Eu não queria ir para cama. Eu não queria dormir.

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